agosto 14, 2008

da luz que a vida tem



Aluno, do latim, quer dizer "sem luz", acho que isso não é novidade pra ninguém. É que hoje eu parei pra refletir sobre essa condição.

sinceramente, me sinto ofendido. tá que eu não sei metade do que meus professores sabem e que eu não sou um profissional em área alguma, que eu não tenho diploma, que eu não posso exercer muitos cargos, que eu nem idade tenho... mas "sem luz"?
Quem disse que dependemos de um monte de cálculos, datas e silogismos para brilhar? Quem foi tão insano ao ponto de afirmar que o brilhantismo depende de um aprendizado coordenado, pré-esquematizado e voltado ao vestibular?
E a criatividade? E a auto-expressão, o pensar, a arte, o novato também, as palavras que soam erradas no início, os pequenos prazeres da vida, o medo das coisas que não existem, o amor, todos os outros sentimentos, a leitura das imagens, as batidas de um baixo dentro da sua caixa torácica, as cores, os dizeres e aprenderes da vida? Desprezados, nada disso brilha, ou nada disso cabe a um aluno.
Sem luz eu não sou não, me chame de estudante se quiser - vou ser pra vida toda. É, eu to brilhando. Brilhando informação, to brilhando o belo, to cintilando e não pretendo parar nunca.

4 comentários:

Lua disse...

"to cintilando e não pretendo parar nunca"
é isso aí.

Tulle n jazz disse...

esse texto tá muito lindo, sério.
arrasou gatão.

sabes que concordo loucamente com tudo isso. acho que faz bem uns 3 anos que absorvi a idéia de que sou estudante e não aluna.

acho que a gente deveria questionar a palavra professor.
tipo: aquele que professa.

a gente conversa bjs.

Isabella Mahin disse...

é, ia dizer pra você se considerar um estudante.
a palavra tá muito equivocada mesmo, afinal, um professor não existe sem os alunos. a quem ele vai ensinar? se não ensina a ninguém, então não é professor e deixa de existir.

Unknown disse...

"...to cintilando e não pretendo parar nunca."

é isso aí [2]

um viva pequeno pra UNE que luta pra retirada desse nome "aluno"
eu sou estudante, e vc?