outubro 13, 2008

do baú 8D


todas as coisas que nós sabiamos sobre Hanna eram muito muito poucas. Hanna tinha os traços muito finos e falava com a sobrancelha também. Hanna se parecia comigo, Hanna dividia os meus mesmos genes. Mas, mesmo assim, eu não sabia muito sobre Hanna ou como Hanna gostava das coisas. Talvez ela não gostasse de nada, afinal, ela não parecia gostar de ninguém.
a verdade é que eu aprendi, vivendo com Hanna toda a vida, que era uma garota muito frágil. os demonios de Hanna a tornavam fragil. Eram tantos demonios, tantos demonios que provavelmente Hanna acabava gostando deles. Mesmo quando eles a faziam chorar - e ela chorava muito -, Hanna nunca pareceu querer estar longe dos demonios, ela nunca pareceu se esforçar para livrar-se deles.
no dia que Hanna morreu, eu não sabia bem quem a teria matado. foi por isso que eu me culpei. Hanna não gostava de mim, mesmo que as vezes eu também fosse um de seus demonios. Papai e mamãe, que depois morreram também, foram culpados por mim mais tarde. Mais tarde, muito depois da morte de Hanna, eu descobri que quem havia matado Hanna, fora ela mesma. E ela se matou tantas vezes, que quase se livrou de todos os demonios. Fiquei eu para chorar por Hanna todas as vezes que eu a fiz chorar. Hanna não parou de chorar ainda.
Hanna nem sempre foi assim, chamada de um nome como Hanna.



sobre Júlia, 03/ago/2007

3 comentários:

Bruna monteiro disse...

Hanna nem sempre foi assim, chamada de um nome como Hanna.
~
Hanna é você, é um pedaço do eu lírico. Um pedaço sozinho, mas nao digo triste, ele era apenas diferente. Quem matou hanna foi ela mesma, logo foi o eu lírico. A culpa que ele sentiu foi verdadeira, e ele pagou por isso: está sem hanna, para sempre.

No fundo, ele a amava, e ela o amava também.

-q

Tulle n jazz disse...

olá hanna júlia!

:*

Isabella Mahin disse...

julinha mi amor